Agora o segundo ponto
para o qual eu quero chamar sua atenção é que Ló simplesmente seguia Abraão no caminho sem convicção aparente em si
mesmo. Todas as evidências exteriores apontavam para o fato de ele não
parecer ter a fé para o caminho que seus pés estavam pisando. Novamente, este
segundo ponto é tirado de sua vida em geral. Se voltássemos ao capítulo 11,
iríamos ver que quando Deus chamou Abrão de “Ur dos caldeus”, é dito que Ló saiu com ele (Gn 11:31-32). E
quando Deus dirigiu Abrão à terra de Canaã, é dito: “E foi Ló com ele” (Gn 12:4). Então quando Abrão teve a ideia de
descer ao Egito, Ló foi com ele. Quando Abrão voltou do Egito, é dito: “E com ele Ló” (Gn 13:1). E outra vez,
quando Abrão foi a Betel, é dito: “E
também Ló, que ia com Abrão” (Gn 13:5). Fica muito claro a partir dessas
referências que Ló simplesmente seguia o seu tio Abrão no caminho. Mas ele não
aparentava ter fé e convicção para isso. Depois de um tempo isso desabou e Ló
escolheu um caminho diferente, o qual era realmente onde seu coração estava.
Exercitar o coração a
respeito do caminho é uma coisa importante que precisa estar em nossa vida. Sem
isso, estamos sujeitos a sair do curso. Você não quer ser como o jovem que,
quando alguém perguntou a ele sobre por que ele fazia parte de um grupo de
Cristãos que não tinham nem um pregador ou assim chamado pastor, disse: “Quando
eu chegar em casa eu pergunto a meu pai por que pensamos assim.” Ele não pôde
dar uma resposta sobre por que ele se juntava com Cristãos que se reuniam
somente ao Nome do Senhor, porque, provavelmente, ele nunca tinha sido
exercitado acerca disso o suficiente para que examinasse isso nas Escrituras. E
quanto a nós? Temos alguma convicção sobre o caminho que nossos pés estão? Cedo
ou tarde vamos ser testados a respeito do caminho que nossos pés estão pisando,
e se não há qualquer convicção verdadeira conosco, vamos ser varridos pelo
inimigo de nossa alma – foi o que aconteceu na vida de Ló.
Sabe, havia um homem no
Velho Testamento chamado Roboão, o qual era rei na casa e linhagem de Davi. É
dito sobre ele que “fez o que era mau;
porquanto não preparou o seu coração para buscar ao Senhor” (2 Cr 12:14).
Eu acredito que isso deveria ser um aviso para nós. Se você é o tipo de Cristão
que meio que oscila ou deriva ao longo da trajetória Cristã sem muito exercício
ou preocupação – talvez com a atitude que diz: “Se o caminho é bom o suficiente
para meu pai e minha mãe, então é bom o suficiente para mim” – então será
relativamente fácil para o inimigo levá-lo para longe. Esta é a razão por que
precisamos ter alguma convicção sobre aquilo que fazemos no Cristianismo.
Devemos deixar a verdade de Deus entrar profundamente em nossa alma. Precisamos
saber o que cremos e por que cremos – e estar firmemente fundamentado nessas
coisas.
Não lemos que Ló alguma
vez tenha tido qualquer convicção sobre o caminho. Ele era um mero seguidor de seu
tio Abrão, o homem de fé. Ele estava apenas à deriva no caminho que Abrão
estava andando. E como é com você? Você é conhecido por ser um jovem que é
sério sobre as coisas do Senhor? Não tenha a ideia de “à medida que eu
envelhecer, eu vou me colocar mais nessas coisas”. Sabe, os hábitos que
colocamos em nossa vida desde cedo muitas vezes formarão nosso caráter para a
vida inteira. Então o tempo de levar a sério as coisas do Senhor é agora! Eu
quero encorajá-los a ter na sua vida essas duas coisas que temos abordado – um altar e uma convicção séria sobre o caminho.
Agora vamos retomar a
narrativa do capítulo no versículo 6. É dito que seus bens começaram a crescer
e se tornaram um problema. “Houve
contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló” (v.
7). Isso nos mostra que quando existe um crente com a mente celestial e um
crente com mente terrenal andando juntos, pode ter certeza de que eles terão
diferenças de opinião. Um tem um conjunto de valores completamente diferente do
outro. Isso atingiu os pastores e houve contenda entre eles. Semelhantemente,
um Cristão de mente terrenal e um Cristão de mente celestial raramente vão
entrar em acordo. Como você pode esperar que uma pessoa de mente celestial e
uma de mente terrenal vejam as coisas da mesma maneira? Seus objetivos são
inteiramente diferentes. Podemos ver por esse conflito que se desenvolveu, que o
caminho que Ló estava trilhando como um peregrino estava se tornando cada vez
mais pesado para ele.
A vida dele era uma
espécie de paradoxo; ele estava andando no caminho que ele sabia que deveria
andar, mas por outro lado, ele não tinha a fé ou a convicção para isso. Seu
descontentamento é evidente pelo fato de ele se tornar uma fonte de problemas
para a casa de Abrão. Quão triste é quando vemos alguém que ficou frio e cujo
coração não está mais no caminho – ele geralmente se torna uma fonte de
contendas entre os irmãos.
Em seguida é dito no
versículo 7 que “os cananeus e os ferezeus
habitavam então na terra”. Você pode se perguntar por que isso seria
mencionado aqui nesta história, porque parece não ter conexão com o assunto.
Mas eu acredito que isso foi colocado aqui para nos mostrar que quando irmãos
têm diferenças e desavenças, com frequência o mundo nota isso. Tais diferenças prestam
um testemunho pobre diante do mundo do Deus que professamos seguir. Temos que
ser cuidadosos com nosso testemunho público. Pense nisto: estes dois grupos de
pastores estavam rivalizando juntos e os ferezeus e cananeus viram isso. Que
testemunho vergonhoso! Talvez os tenha levado a zombar completamente do caminho
da fé. Provavelmente eles disseram uns aos outros: “Vejam aquelas pessoas que
pensam que conhecem a Deus. Eles não podem sequer concordar entre si!”.
Abrão procurou encerrar
a desavença, dizendo: “Ora, não haja
contenda”. Ele sugere a Ló que ele faça uma escolha para tomar uma parte da
terra, enquanto ele pegaria o resto. Isso se tornou a ocasião na qual a
espiritualidade de Ló foi testada. Eu creio que haverá um tempo de teste na
vida de cada um que toma o caminho da fé. Ló foi deixado agora para fazer sua
própria escolha sobre o caminho – e manifestou qual caminho o vento estava
soprando em sua alma, espiritualmente falando.
Ló fez a escolha dele,
e você vai ter que fazer escolhas na vida também – e essas escolhas
manifestarão onde sua alma está. Ora, você pode ter iniciado a trajetória
Cristã seguindo os exercícios de seu pai e sua mãe (se você cresceu em um lar
Cristão), e isso é um bom começo, porque seus pais estão lá para guiá-los. Mas
virá um tempo quando você deverá fazer suas próprias decisões na vida, e se
você não andar em comunhão com o Senhor e não ter convicção sobre o caminho,
você certamente cometerá os mesmos tipos de erros que Ló cometeu. Nossa
espiritualidade, ou falta dela, se tornará evidente nas escolhas que fazemos.
Abrão tinha sugerido
que Ló tomasse uma parte da terra, e ele tomaria o resto, mas Ló não queria nenhuma parte da terra. A terra de Canaã
fala da “porção” celestial do
Cristão de bênçãos que nos são dadas quando somos salvos (At 26:18; Cl 1:12 –
JND). Ló não tinha apetite pelas coisas e pelo estilo de vida que motivava Abrão.
Ele tinha os olhos em outra coisa. O versículo 10 diz que “levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era
toda bem regada, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o
jardim do Senhor, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar”. Esta era
a terra do outro lado do rio Jordão. Podemos ver a partir disso que Ló era um
homem confuso. Ele olhou para a campina do Jordão, o qual estava cheia de
homens vivendo em pecado notório, e viu como um lugar agradável para se morar!
Em seu pensamento confuso, ele compara isso ao Jardim do Éden e acredita ser
algo maravilhoso viver ali! Isso mostra que ele tinha perdido discernimento
espiritual – se é que alguma vez ele o teve. Se você descer ao versículo 13
você verá o que o Senhor pensava do lugar. Ele os via como “maus e grandes pecadores contra o Senhor” (AIBB). Ló certamente
não via as coisas da maneira que Deus as via.
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