sexta-feira, 10 de julho de 2020

2) Ele Seguia Abraão Sem Qualquer Convicção Aparente em Si Mesmo

Agora o segundo ponto para o qual eu quero chamar sua atenção é que Ló simplesmente seguia Abraão no caminho sem convicção aparente em si mesmo. Todas as evidências exteriores apontavam para o fato de ele não parecer ter a fé para o caminho que seus pés estavam pisando. Novamente, este segundo ponto é tirado de sua vida em geral. Se voltássemos ao capítulo 11, iríamos ver que quando Deus chamou Abrão de “Ur dos caldeus”, é dito que Ló saiu com ele (Gn 11:31-32). E quando Deus dirigiu Abrão à terra de Canaã, é dito: “E foi Ló com ele” (Gn 12:4). Então quando Abrão teve a ideia de descer ao Egito, Ló foi com ele. Quando Abrão voltou do Egito, é dito: “E com ele Ló” (Gn 13:1). E outra vez, quando Abrão foi a Betel, é dito: “E também Ló, que ia com Abrão” (Gn 13:5). Fica muito claro a partir dessas referências que Ló simplesmente seguia o seu tio Abrão no caminho. Mas ele não aparentava ter fé e convicção para isso. Depois de um tempo isso desabou e Ló escolheu um caminho diferente, o qual era realmente onde seu coração estava.
Exercitar o coração a respeito do caminho é uma coisa importante que precisa estar em nossa vida. Sem isso, estamos sujeitos a sair do curso. Você não quer ser como o jovem que, quando alguém perguntou a ele sobre por que ele fazia parte de um grupo de Cristãos que não tinham nem um pregador ou assim chamado pastor, disse: “Quando eu chegar em casa eu pergunto a meu pai por que pensamos assim.” Ele não pôde dar uma resposta sobre por que ele se juntava com Cristãos que se reuniam somente ao Nome do Senhor, porque, provavelmente, ele nunca tinha sido exercitado acerca disso o suficiente para que examinasse isso nas Escrituras. E quanto a nós? Temos alguma convicção sobre o caminho que nossos pés estão? Cedo ou tarde vamos ser testados a respeito do caminho que nossos pés estão pisando, e se não há qualquer convicção verdadeira conosco, vamos ser varridos pelo inimigo de nossa alma – foi o que aconteceu na vida de Ló.
Sabe, havia um homem no Velho Testamento chamado Roboão, o qual era rei na casa e linhagem de Davi. É dito sobre ele que “fez o que era mau; porquanto não preparou o seu coração para buscar ao Senhor” (2 Cr 12:14). Eu acredito que isso deveria ser um aviso para nós. Se você é o tipo de Cristão que meio que oscila ou deriva ao longo da trajetória Cristã sem muito exercício ou preocupação – talvez com a atitude que diz: “Se o caminho é bom o suficiente para meu pai e minha mãe, então é bom o suficiente para mim” – então será relativamente fácil para o inimigo levá-lo para longe. Esta é a razão por que precisamos ter alguma convicção sobre aquilo que fazemos no Cristianismo. Devemos deixar a verdade de Deus entrar profundamente em nossa alma. Precisamos saber o que cremos e por que cremos – e estar firmemente fundamentado nessas coisas.
Não lemos que Ló alguma vez tenha tido qualquer convicção sobre o caminho. Ele era um mero seguidor de seu tio Abrão, o homem de fé. Ele estava apenas à deriva no caminho que Abrão estava andando. E como é com você? Você é conhecido por ser um jovem que é sério sobre as coisas do Senhor? Não tenha a ideia de “à medida que eu envelhecer, eu vou me colocar mais nessas coisas”. Sabe, os hábitos que colocamos em nossa vida desde cedo muitas vezes formarão nosso caráter para a vida inteira. Então o tempo de levar a sério as coisas do Senhor é agora! Eu quero encorajá-los a ter na sua vida essas duas coisas que temos abordado – um altar e uma convicção séria sobre o caminho.
Agora vamos retomar a narrativa do capítulo no versículo 6. É dito que seus bens começaram a crescer e se tornaram um problema. “Houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló” (v. 7). Isso nos mostra que quando existe um crente com a mente celestial e um crente com mente terrenal andando juntos, pode ter certeza de que eles terão diferenças de opinião. Um tem um conjunto de valores completamente diferente do outro. Isso atingiu os pastores e houve contenda entre eles. Semelhantemente, um Cristão de mente terrenal e um Cristão de mente celestial raramente vão entrar em acordo. Como você pode esperar que uma pessoa de mente celestial e uma de mente terrenal vejam as coisas da mesma maneira? Seus objetivos são inteiramente diferentes. Podemos ver por esse conflito que se desenvolveu, que o caminho que Ló estava trilhando como um peregrino estava se tornando cada vez mais pesado para ele.
A vida dele era uma espécie de paradoxo; ele estava andando no caminho que ele sabia que deveria andar, mas por outro lado, ele não tinha a fé ou a convicção para isso. Seu descontentamento é evidente pelo fato de ele se tornar uma fonte de problemas para a casa de Abrão. Quão triste é quando vemos alguém que ficou frio e cujo coração não está mais no caminho – ele geralmente se torna uma fonte de contendas entre os irmãos.
Em seguida é dito no versículo 7 que “os cananeus e os ferezeus habitavam então na terra”. Você pode se perguntar por que isso seria mencionado aqui nesta história, porque parece não ter conexão com o assunto. Mas eu acredito que isso foi colocado aqui para nos mostrar que quando irmãos têm diferenças e desavenças, com frequência o mundo nota isso. Tais diferenças prestam um testemunho pobre diante do mundo do Deus que professamos seguir. Temos que ser cuidadosos com nosso testemunho público. Pense nisto: estes dois grupos de pastores estavam rivalizando juntos e os ferezeus e cananeus viram isso. Que testemunho vergonhoso! Talvez os tenha levado a zombar completamente do caminho da fé. Provavelmente eles disseram uns aos outros: “Vejam aquelas pessoas que pensam que conhecem a Deus. Eles não podem sequer concordar entre si!”.
Abrão procurou encerrar a desavença, dizendo: “Ora, não haja contenda”. Ele sugere a Ló que ele faça uma escolha para tomar uma parte da terra, enquanto ele pegaria o resto. Isso se tornou a ocasião na qual a espiritualidade de Ló foi testada. Eu creio que haverá um tempo de teste na vida de cada um que toma o caminho da fé. Ló foi deixado agora para fazer sua própria escolha sobre o caminho – e manifestou qual caminho o vento estava soprando em sua alma, espiritualmente falando.
Ló fez a escolha dele, e você vai ter que fazer escolhas na vida também – e essas escolhas manifestarão onde sua alma está. Ora, você pode ter iniciado a trajetória Cristã seguindo os exercícios de seu pai e sua mãe (se você cresceu em um lar Cristão), e isso é um bom começo, porque seus pais estão lá para guiá-los. Mas virá um tempo quando você deverá fazer suas próprias decisões na vida, e se você não andar em comunhão com o Senhor e não ter convicção sobre o caminho, você certamente cometerá os mesmos tipos de erros que Ló cometeu. Nossa espiritualidade, ou falta dela, se tornará evidente nas escolhas que fazemos.
Abrão tinha sugerido que Ló tomasse uma parte da terra, e ele tomaria o resto, mas Ló não queria nenhuma parte da terra. A terra de Canaã fala da “porção” celestial do Cristão de bênçãos que nos são dadas quando somos salvos (At 26:18; Cl 1:12 – JND). Ló não tinha apetite pelas coisas e pelo estilo de vida que motivava Abrão. Ele tinha os olhos em outra coisa. O versículo 10 diz que “levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar”. Esta era a terra do outro lado do rio Jordão. Podemos ver a partir disso que Ló era um homem confuso. Ele olhou para a campina do Jordão, o qual estava cheia de homens vivendo em pecado notório, e viu como um lugar agradável para se morar! Em seu pensamento confuso, ele compara isso ao Jardim do Éden e acredita ser algo maravilhoso viver ali! Isso mostra que ele tinha perdido discernimento espiritual – se é que alguma vez ele o teve. Se você descer ao versículo 13 você verá o que o Senhor pensava do lugar. Ele os via como “maus e grandes pecadores contra o Senhor” (AIBB). Ló certamente não via as coisas da maneira que Deus as via.

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